O Sentimento Dum Ocidental... Moderno! - Parte IV

Ni3 Gamer_Z

HORAS MORTAS - IV

 

Quero fugir.

Navegar como os que partiram, sem mágoas

Ser amarrado e atirado à água.

Simplesmente sair.

 

Ouço uma gota cair no metal,

Face à escuridão, parece-me um alarme

Uma onda que acabaria com o meu carme

E eu salvaria o livro da onda colossal.

 

Do campo até ao espaço,

Anseio essa liberdade

Libertar-me da cidade

Criar a nova era do aço.

 

Mas hoje existe a efemeridade

O desejo da passagem breve

Não o conhecimento fundo, ninguém a ele se atreve

Vivem já sem o pensamento de eternidade.

 

O individualismo cresce

Eu mesmo sou o hipócrita

Culpo o individualismo, mas faço o que me irrita

E esse sentimento em mim permanece.

 

Os meus ancestrais,

Fixados em navegar

E eu a querer voar

Uns pelas nuvens, outros pelos canais

 

A verdade é diferenciada

Cruel, monótona e destrutiva

O pensamento é célebre, criador e de passiva

Mas no final é uma página queimada.

 

Um cheiro a queimado e forte

Mas a fumaça fria

Mistura-se com a noite sombria.

Cheiro a morte!

 

Uma vista de coruja.

Quando mais se anda, menos cheias são as montras

Mais saqueadores que buscam outras

Para a fortuna rica e suja!

 

A população? Vive em dores

A polícia mais medonha

Têm cada vez menos vergonha

Apertam o gatilho... Pelas cores!

 

Ao longe, um velho conhecido do Eu.

Ele está sozinho.

Trémulo o seu corpinho...

Ele morreu.

  • Autor: Ricardo Gaspar (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 10 de julho de 2025 19:48
  • Comentário do autor sobre o poema: O poema é uma reconstrução da obra "O Sentimento Dum Ocidental", parte IV (Final) do poeta português Cesário Verde. Espero que gostem!
  • Categoria: Triste
  • Visualizações: 1


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