Se foi e se vai, como o canto do sabiá

No balanço do vento que me remeteu a lembrar,
que tem história que nasce, mas perde o chão e não tende a ficar..
Foi amizade, foi quase paixão,
mas seguiu outro rumo, não deu continuação.

Eu segui meu caminho, tu foste o teu,
se a gente parou... que culpa tenho eu?
Guardei só lembrança do tempo bonito,
Do cheiro no vento, do gosto do rito.

Teve riso, calor, noite boa demais,
Teve fogo que ardeu por dentro e por trás.
Mas o tempo é um trajetória, não volta a nascente,
E quem quer viver, precisa ir pra frente.

Tu não me fala mais, nem dá um alô,
Mas meu coração não guardou rancor.
Se a amizade morreu ou ficou pra depois,
O que eu levei foi só o que teve, que foi nós dois.

Foi amor de momento, paixão ligeira,
Feito chuva que molha a terra inteira,
Mas depois que passa, só resta o cheiro,
Na alma da gente... num canto maneiro.

Então deixa passar, que o mundo é estrada,
E a vida se ajeita na próxima parada.
Mas se um dia lembrar do que a gente foi,
Sabe que no meu peito, ainda resta aquela velha amizade dos dois...