Uma garota enrolada

Cantti

Era uma vez uma garota pálida numa sala,
o vestido branco se esparramava no chão;
bonecas espalhadas, uma parede marcada,
flores de giz traçadas por sua afável mão.

 

Foi tão adorável quando eu lhe visitara
e vi mesa e xícaras para a festa do chá.
Nos sentamos com suas amigas enfeitadas,
mas comigo é que você queria conversar.

 

Mas tinha algo esquisito noutro dia.

 

As rosas do seu jardim estavam mortas,
eu abri a porta e entrei com calma.
As flores da sua parede borradas...
Cadê a garota pálida na sala?

 

Eu corri.
Eu vi chá derramado na cozinha,
cadeiras espalhadas pela casa.

 

No seu quarto, vi um tipo de farsa.
Você estava numa cadeira sozinha.
Sua mão marcada, uma faca afiada.

 

Suas amigas caídas ao redor da rainha.
Um cachecol, sua garganta enrolada.

 

Era uma vez a garota pálida numa sala,
um vestido flutuando, olhando pro nada.
Era uma vez a garota pálida numa sala,
 mas
  d
   e
  s
   s
  a
    
   v
  e
   z,
  pendurada.

  • Autor: Cantti (Offline Offline)
  • Publicado: 7 de julho de 2025 00:59
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 9


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.