Se uma lágrima às pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei!... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
_ Álvares de Azevedo
Não correspondido no amor
Minh'alma sôfrega estremece,
Meu coração enamorado padece
Em um mar de imensa dor.
Concedeu-me a vida, sofrimento,
Notas tristes em minha partitura
E versos de melancólica leitura
Que me inundam em lamento.
Eu queria na vida alegres cores
Sem a falta de um amor bendito,
Assim, à solidão que palpito
Nos infortúnios de minhas dores.
Perdi do caminho as venturas,
Minha pálida fronte enfebrecida,
Mórbida de tristeza, perde a vida
Em meio às minhas amarguras.
Que os corações em saudade
Entoem nos fúnebres hinos
Aos laivos dos chorosos sinos
Que o poeta partiu à eternidade.
Que seja breve, meu eterno fim,
Beijando nos últimos sonhos
Os lábios desejados, tão risonhos,
Os lábios dela... os lábios carmim!
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Autor:
Fabricio Zigante (
Offline)
- Publicado: 6 de julho de 2025 12:33
- Categoria: Triste
- Visualizações: 8
- Usuários favoritos deste poema: Fabricio Zigante, Dante Gratton
Comentários1
Lindo e enternecedor poema de amor,talvez não vivido. Aplausos. Que belo ver a técnica poética tão bem seguida,!
Saudações poetisa Maria Dorta! Grato pela leitura e pelo gentil comentário.
Abraço!
Que venham outros poemas, para nos encantar,poeta!
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