Hoje, 06 de julho, algo me rasga por dentro.
Não é dor, mas também não é nada leve.
É um tremor que começa no peito,
e se espalha como um veneno que pensa.
Vi o título — "Com Cristo, nunca mais pequei em paz" —
e algo dentro de mim se contorceu.
É como se uma voz antiga tivesse despertado,
uma voz que fala com culpa, mas sorri com promessa.
Sinto medo.
Não daquele que grita, mas o que sussurra nas entrelinhas.
Um arrepio de fé mal compreendida,
uma ansiedade com cheiro de castigo.
Quero ler.
Quero entender o porquê essa frase me prendeu,
como se eu estivesse diante de um espelho
que mostra mais do que eu posso suportar.
Minha curiosidade lateja,
feito pecado antes de virar confissão.
Mas e se ao virar a primeira página,
eu não conseguir mais voltar?
E se esse livro souber mais de mim do que eu mesma?
E se eu me perder entre promessas de pureza
e cobranças disfarçadas de salvação?
Hoje, dia 06 de julho,
me sinto invadida por algo que não tem nome.
Talvez fé. Talvez medo. Talvez só um eco
de tudo aquilo que me ensinaram a temer.
E ainda assim, eu quero.
Quero ler.
Mesmo que me doa.
Mesmo que eu nunca mais peque em paz.
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Autor:
apenas escrevendo... (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 6 de julho de 2025 01:04
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 3
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