No silêncio que ficou depois,
eu ainda ouço a sua voz.
Ecoa fraca, quase some,
mas carrega o seu nome… e algo de nós.
Cada passo que dou no chão,
parece um chamado do coração.
E mesmo sem ter resposta certa,
sigo com a alma meio aberta.
Minha mãe chorava, sem parar,
e eu só queria comemorar.
Mas vi nos olhos dela um mar,
cheio de dor que não dá pra explicar.
O bolo ficou sem vela,
a festa calou a janela.
O tempo, ali, se fez lento,
e o dia virou lamento.
Na minha infância tão pequena,
o vazio era cena serena.
Uma bicicleta azul passava,
e uma cestinha sempre levava
mais um "por quê" que eu deixava.
Por que o adeus veio no meu dia?
Por que a tristeza roubou a alegria?
Por que o céu levou quem eu amava?
Por que ninguém me explicava?
Talvez, um dia, a bicicleta volte,
numa manhã de sol bem forte.
E a cestinha, tão leve e bonita,
me devolva a paz… numa simples visita.
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Autor:
Vinícius Almeida (
Offline)
- Publicado: 5 de julho de 2025 07:59
- Comentário do autor sobre o poema: sinto oque escrevo e escrevo oque sinto
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 3
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