Bancos vazios por Daniel Bernardo Marins Ouriques da Cunha

Daniel Bernardo Marins Ouriques da Cunha

Amanheceu...

Dormindo na praça

Vivendo na rua

Sem o que comer

Sem o que vestir

Sem onde dormir

Sem o que fazer

A fome

O frio

A chuva

Passa homens e mulheres

Passou um homem

Cospiu no chão

Passou uma molher e desviou

Passou criança 

Quis ajudar

Os pais não deixaram

 

Anos passaram

Águas rolaram

O homem morreu 

A praça acabou

E o homem que cospiu

Virou mendigo

E todos os dias 

Com fome

Nas ruas

Lembrou

Do dia que cospiu no chão

Negou ajuda

Mas era tarde

Era difícil

Era trajico 

A cena se repetia

O homem doente

Pedindo favor

Pedindo esmola,

Comida 

E água

O frio da noite

As lágrimas 

O rosto sofrido

 

 

O homem na rua

Castigado

Já faliu

Já sofreu

Já amou 

Morreu sozinho

Com culpa

Com sofrimento 

e com dor

 

E vieram outros

Sofreram

Morreram

 

A tristeza 

O sofrimento

 

Segos 

Não com olhos

Mas com mente

Com pensamentos

Com ações

Uma cena que se repete

Mas você não vê

Está ocupado

Perdendo seu tempo

 

E a história e real

Nas ruas

Na esquina

Na rodoviária

Na sua rua

A fome

A miseria

E o descaso 

Sem reflexão

Sem pena

Já anestesiados



Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.