A dor da alma é mais doída.
E quanto mais tu gritas, mais ela cresce.
Cada palavra tua é um corte novo,
e parece que a cada grito, a dor escorre mais fundo,
me consome em silêncio.
Sempre tem outro...
Alguém que chega, toma meu lugar como se eu nunca tivesse existido.
Não achas injusto?
Tu já estiveste no meu lugar.
Tu sabes como dói.
E mesmo assim, repete o ciclo como se esquecer doesse menos.
Eu só queria chorar.
Chorar.
Chorar.
Chorar.
Como se as lágrimas pudessem limpar o que tu deixaste dentro de mim.
Eu deitaria minha cabeça e dormiria por horas...
Dias, semanas, meses.
Até que o tempo levasse embora esse cansaço que pesa nos meus ombros,
e que se esconde, sem vergonha, nas bolsas escuras dos meus olhos.
Para de gritar.
Não vês que eu tô cansada?
A escola me drena...
Mas tu — tu me esvazias.
Tiras de mim tudo o que eu ainda tentava guardar.
Tiras minha essência.
Minhas amigas me escutam.
Me deixam chorar.
Tu, não.
Tu me humilhas.
Finges força, mas tua dureza só machuca.
Ninguém mais aguenta esse teu favoritismo cego
por alguém que nem tenta te respeitar.
Tu me fazes dormir chorando quase todas as noites.
Eu odeio isso.
E às vezes...
Eu duvido.
Duvido do que sinto por ti.
Duvido até se isso tudo ainda é amor.
Ou se virou só dor disfarçada de saudade.
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Autor:
Laura Maciel (
Offline)
- Publicado: 26 de junho de 2025 22:38
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 2
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