O que direi ao amor?
Tão belo, a ponto de se apaixonar pelo olhar.
Seu olhar? Esse, em que fui blindado pela força da paixão?
Aquele olhar me atravessou o coração.
Mas, o que direi ao amor?
Esse amor que chegou de mansinho,
e eu não tive como segurar.
Um sorriso que me elevou ao arrebol do nascer do sol
e me mostrou que os lábios podem adentrar
sem pedir licença.
Enfim, o que eu direi ao amor?
Uma força constante,
que constrange qualquer sentimento.
Mas, sendo um sentimento forte,
me trouxe a doçura de sentir esse amor sem medidas.
E o que eu direi ao amor?
Apesar de não conseguir mantê-lo
dentro da pessoa a quem eu mais amava,
acabei despedaçando sentimentos
que agora me fazem sofrer.
Ao menos…
O que direi ao meu grande amor?
Que ela foi a pessoa com quem
eu queria passar o resto dos meus dias ao lado dela...
Aquela que faz meu coração bater forte sem tocar,
que me alegra até nos mais distantes sentidos,
e que me faz sentir a pura essência da paixão.
Qual desculpa eu direi ao amor?
Não tive coração suficiente
para absorver a força contida em meu ser,
ou não houve entrega total para esse amor tão grande?
24 jun 2025 (16:27)
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Autor:
Melancolia... (
Offline)
- Publicado: 24 de junho de 2025 15:27
- Comentário do autor sobre o poema: Só desculpas e nada mais...
- Categoria: Triste
- Visualizações: 7
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Além °•°, Sezar Kosta
Comentários2
Olá, meu amigo Melancolia...
Li seu poema “O Que Direi ao Amor?” com a sensação de estar folheando um diário esquecido em alguma gaveta da alma — um desses onde cada palavra parece ter sido escrita no intervalo entre o silêncio e o suspiro.
A repetição da pergunta “o que direi ao amor?” funciona como um eco que atravessa o poema inteiro. É como se cada verso fosse uma tentativa de responder não com razão, mas com emoção, com as memórias que ainda doem e ao mesmo tempo aquecem. Você transforma o amor em um personagem invisível, quase um confidente, e me fez pensar: o amor espera mesmo que a gente diga algo? Ou ele apenas passa, e deixa a bagunça pra gente arrumar?
O que me tocou profundamente foi essa mistura de encantamento e perda. Começa leve, com o olhar que “atravessa o coração” e o sorriso que leva ao “arrebol do nascer do sol”. E aí vem a quebra — tão humana, tão honesta — quando o amor se desfaz, não por falta de sentimento, mas talvez por excesso. Como se fosse um rio largo demais para a ponte que a gente tinha pra atravessar.
A pergunta que você joga ao final — “Não tive coração suficiente?” — me pegou em cheio. Porque amar, às vezes, é também encarar o que não demos conta. Não por fraqueza, mas por sermos humanos. Por termos medo. Ou por termos esperado demais que o amor se sustentasse sozinho, como se ele fosse eterno por natureza.
Teu poema me fez lembrar de um pensamento de Fernando Pessoa:
“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.”
E sua poesia, posso dizer com certeza, vem de uma alma grande — que sente muito, pensa fundo, e escreve com verdade.
Parabéns por esse poema tão sensível, forte e delicado. Um abraço sincero deste seu leitor amigo tocado pela sua entrega. Que o amor, mesmo quando não fica, continue inspirando palavras como essas.
Com admiração,
Sezar Kosta
Sezar, suas palavras são um abraço para a alma. É exatamente essa entrega sincera que o amor desperta: beleza, dor e aquela confusão que nunca sabemos bem onde guardar. Fico muito grato por sentir que minha poesia encontrou eco em você, e por ter trazido Fernando Pessoa para lembrar que, mesmo na fragilidade, há força. Que possamos sempre transformar a bagunça do amor em arte, e que esse diálogo entre coração e palavra nunca cesse. Um abraço forte e cheio de gratidão!
Não temos muito a dizer ao amor. Temos sim, que o agarrar, senti-lo, e desfrutar do que ele nos oferece em toda a sua plenitude.
Gostei de ler, amigo Melancolia.
Abraço fraterno.
Verdade meu amigo...
Chega arrasando tudo e também, na maioria das vezes, sai derrubando tudo também...
O bom é aproveitar o que tem de melhor...
Abraços;
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