CORAÇÃO EMPEDRENIDO

MAYK52

 

No peito jaz, sombrio e calado 
um coração de pedra esculpido 
não pulsa amor, nem dor, está calado 
vive num tempo esquecido

Já foi chama, já foi abrigo 
teve mares de sonho e ternura 
mas calou-se, a um canto escondido 
revestido em fria armadura

Cansou-se de promessas vãs 
de mãos que soltaram sem aviso 
e hoje, entre sombras e manhãs 
só guarda o silêncio por juízo

Mas, quem sabe, um raio, um gesto 
uma palavra quente, feita verão 
desfaça o mármore, o silêncio 
e volte a bater esse coração.

 

MAYK52

  • Autor: Gil Moura (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 23 de junho de 2025 14:48
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 7
  • Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Fabricio Zigante
Comentários +

Comentários1

  • Melancolia...

    É interessante notar como o poema consegue equilibrar a dor do passado com uma sutil abertura para a cura. A metáfora do "raio" ou da "palavra quente" traz a ideia de que, mesmo em um estado de desolação, o coração pode se reacender, se redescobrir. Essa transição do "mármore" para a possibilidade de recomeço é comovente, pois fala da resiliência do ser humano em se recuperar, mesmo quando tudo parece perdido.

    No final, há uma lição de que, apesar da dor e do silêncio, a esperança nunca desaparece completamente, e até o coração mais frio pode voltar a bater.

    • MAYK52

      O coração mesmo desolado, dorido, ferido, sendo acarinhado, amado, compreendido, há sempre a esperança de voltar a palpitar e amar de nov.

      Grato, amigo Melancolia, pelo teu sempre gentil comentário.

      Abraço fraterno.



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