No peito jaz, sombrio e calado 
um coração de pedra esculpido 
não pulsa amor, nem dor, está calado 
vive num tempo esquecido
Já foi chama, já foi abrigo 
teve mares de sonho e ternura 
mas calou-se, a um canto escondido 
revestido em fria armadura
Cansou-se de promessas vãs 
de mãos que soltaram sem aviso 
e hoje, entre sombras e manhãs 
só guarda o silêncio por juízo
Mas, quem sabe, um raio, um gesto 
uma palavra quente, feita verão 
desfaça o mármore, o silêncio 
e volte a bater esse coração.
MAYK52
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                        Autor:    
     
	Gil Moura (Pseudónimo ( Offline) Offline)
- Publicado: 23 de junho de 2025 14:48
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 9
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Fabricio Zigante

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Comentários1
É interessante notar como o poema consegue equilibrar a dor do passado com uma sutil abertura para a cura. A metáfora do "raio" ou da "palavra quente" traz a ideia de que, mesmo em um estado de desolação, o coração pode se reacender, se redescobrir. Essa transição do "mármore" para a possibilidade de recomeço é comovente, pois fala da resiliência do ser humano em se recuperar, mesmo quando tudo parece perdido.
No final, há uma lição de que, apesar da dor e do silêncio, a esperança nunca desaparece completamente, e até o coração mais frio pode voltar a bater.
O coração mesmo desolado, dorido, ferido, sendo acarinhado, amado, compreendido, há sempre a esperança de voltar a palpitar e amar de nov.
Grato, amigo Melancolia, pelo teu sempre gentil comentário.
Abraço fraterno.
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