Usei de cada gota minha
Para tecer enchentes
A fim de nunca te deixar
Agonizar num clima seco
Chegando a ponto
De não sobrar nenhum gole
De água para mim
Doei cada palavra minha
Para te reconfortar
A ponto de não reconhecer mais
A última vez que eu disse uma palavra
Por mim mesmo
Doei tanto de mim mesmo
Que deixei de ser eu
Me tornando uma extensão sua
Um refresco, um clima ameno
Uma medicação, um calmante
Optei por me recolher, reservar, preservar
Voltar a ser pessoa, ao invés de ser
Milagre ambulante prontamente disponível
E voltei a ser existência independente
Sua pessoa, a qual jurei achar
Ser tão independente
Definhou nos primeiros minutos
Sem mim
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Autor:
caiolebal (
Offline)
- Publicado: 20 de junho de 2025 09:15
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 14
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