Costumo lembrar como tudo começou.
Faz um tempo... nem parece que o tempo passou.
Sua presença faz falta...
Só percebi isso quando senti esse peso na alma.
Falando nisso, o peso do seu olhar ainda me persegue,
junto com a saudade que, quase sempre, emerge.
Ando pelos corredores e torço pra te encontrar.
Ando pelas ruas e sonho em te abraçar.
Ando entre os mares... e não nos vejo mais lá.
Eu não me despedi de ti — isso é um fato.
Eu te fiz se sentir mal, te deixei de lado.
Eu te olhei pela última vez como uma criança que não queria ir embora.
Eu te amei como um adolescente amou os seus amigos.
Eu fingi te odiar como quem odeia o pior dos inimigos.
Cada partícula do meu ser te admirou,
na mesma proporção que te fez mal.
Ainda não entendo isso muito legal.
Nas suas palavras, eu sentia mais que dor.
Durante muito tempo, você chorou, gritou, se afundou...
Naquele mar que eu jurei te salvar,
não pude nem mergulhar.
Creio que morri pra ti — sinto no seu olhar.
Você me matou... e nem chorou.
Você desistiu... e nem chorou.
Você não me escutou... e nem chorou.
Depois de pensar nisso tudo, parei.
Você nunca vai poder me entender — e eu chorei...
Sinto que ainda somos ligados por algo.
Na verdade, eu penso
como "correntes" que pesam,
mas elas são invisíveis — se libertar, nem tento.
Apelidei elas de "memórias".
Nunca me libertam.
Nunca ficam mais fracas.
Naquela noite, olhei pra trás pra te ver,
mas você não percebeu.
E, dentro de mim,
todo sentimento de saudade e medo se escondeu.
Uma parte importante minha faleceu:
Você.
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Autor:
Kaemy (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 18 de junho de 2025 21:42
- Categoria: Carta
- Visualizações: 5
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