No Rastro da Fome

Tuas curvas me chamam antes do toque,
mas é quando meus dedos encontram teus seios
que a fome vira febre. Firmes, sensíveis, perfeitos —
me encaixo entre eles como quem reza e morde.

Tua pele branca me enlouquece à luz baixa,
cada suspiro teu é um convite à perdição.
Minha boca desliza, beija, lambe, devora —
não há parte tua que eu não queira com devoção.

Te vejo no espelho, entregue, arrepiada,
joelhos marcando o chão, olhos dizendo sim.
E eu, perdido na tua carne aberta,
me afundo no teu corpo como quem volta pra casa.