O peso de ser eu

Júlia Pereira

Hoje está sendo mais difícil que ontem.

Meu peito dói, como se uma cobra se enrolasse em todo o meu corpo para me engolir.

 

Eu escuto o estalar dos ossos quebrando,

as costelas perfurando meu pulmão.

 

Tudo dói,

mal consigo me mexer,

e ela se enrosca por todo o meu corpo,

chegando até minha garganta.

 

Nesse momento, a dor é insuportável —

dói até tentar respirar.

 

Ela, um ser rastejante,

pesa uma tonelada sobre meu peito.

 

Fecho os olhos para uma última respiração,

e quando os abro...

 

Estranho,

quando abro os olhos,

a cobra sou eu.

  • Autor: Corvae (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 12 de junho de 2025 02:53
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 9


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