Entre naufrágios

Jonas Teixeira Nery

No final é sempre assim...

As mesmas estórias, os mesmos enredos,

tantos rompantes entre incertezas e angústias.

Todas os errantes caminhares, insípidos beijos!

 

Hoje amanheci com minhas feridas abertas!

Amanheci com meus conflitos e desenganos.

Às vezes sinto-me enredado por uma vida de sombras,

preso a incertezas e ironias, sobrevivente, fragmentado.

 

Tantos momentos de incertezas e conflitos vivi!

... ao final de tudo me resta só lembranças,

boas e más recordações, muitos ressentimentos!

Não tenho mais urgências, entre vagos despertares.

 

Convivo com meus fantasmas, meus desalentos!

Contemplo a vida passando entre passos carcomidos,

entre lembranças, entre horas insistentes a passar.

Desmedidas manhãs, desfiguradas noites, sempre assim...

 

No final, faz-se os dias e as noites, entre passos claudicantes,

entre solidões e impaciências desfaço meus dias,

iguais em cada passo, diferente em cada dor, sem medo!

Ainda não morri completamente, é incontestavelmente certo.

 

Ainda removo pedras e construo alguns poemas,

embora meus sonhos sejam torpes, insanos e tortuosos.

Mesmo que encontre obstáculos em cada amanhecer,

refaço-me, subsisto entre naufrágios e esperanças...

  • Autor: JTNery (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 10 de junho de 2025 18:17
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 5


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