Não posso ser,
um nome em carne
não há endereço.
Não posso estar,
as palavras me afundam
como âncoras em águas dispersas.
Não pode ser,
essa vigília pálida,
esse corpo que insiste
em não acordar.
Como um script na tela,
eu me escrevo para desaparecer.
[e voltar a me reconhecer]
Me apaixonaria por você
pelo cair, pela quebra,
pelas ondas sonoras de um você que nunca vem inteiro.
Cada pedacinho do nada
me chama de lar.
Mas sem limites, não sou tua,
sou apenas as ondulações do córrego
sem núcleo, sem mente,
sem centro, sem fim.
Não posso ser, não posso ser,
não consigo fixar
minha presença no agora.
Não alcanço o sol.
Não me mantenho desperta.
Não sustento a própria chama.
[não seja]
[mesmo sendo]
O fim que esconde
na dobra do instante,
e você me pergunta
[O que é o fim?]
Mas não haverá efígie,
não haverá retrato.
Que não esteja terminado...
-
Autor:
Anna Gonçalves (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 9 de junho de 2025 12:56
- Comentário do autor sobre o poema: Um sonho que tive e de que eu me lembrava apenas dos fragmentos
- Categoria: Ocasião especial
- Visualizações: 4
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.