Ter e não ter...

  Apego-me sem te conhecer,  
Saboreio a ilusão de mil vidas ao seu lado.  
Entretanto, existe aquele impasse...  
Aquele que faz você ser um “quase”.  
Um quase amor,  
Um quase marido,  
Um quase pai dos meus filhos.  
Enfim... é o desejo de te querer e não poder.  
Não por pressão externa,  
Mas pelos princípios que mais valorizo nesta vida.  
Sinto-me mal por rejeitar meu sonho,  
Sinto-me mal por magoar quem me amou e quem eu amei,  
E aqueles que amei nas mil vidas que imaginei em minha hipotética ilusão.  
Mas aquela barreira...  
Aquela barreira que nos separa,  
E faz voltar dos contos de fadas,  
Da vida incrível que imaginei com você.  
Porém... preciso ser mais forte,  
E acabar antes que comece,  
Para que seja mais fácil separar as realidades.  
Concluo isso, tendo e não tendo,  
Ou ao menos, guardando as lembranças hipotéticas de momentos que passei ao seu lado.  
E no fim, resta-me isso: mais uma dose de solidão e a grandiosa esperança de um "Certo", e não um "Quase".