Entre a dor e a liberdade

Lédice pedro Demba


Aviso de ausência de Lédice pedro Demba
Não posso falar agora.
Mas assim que poder vou responder

Entre a Dor e a Liberdade

 

Nasci do silêncio que os olhos não contam,

Da dor que as palavras não tocam,

Sou feito de pedaços de partidas,

De abços que o tempo levou,

De memórias gravadas no ventre do esquecimento,

Um mosaico de ausências que ainda pulsa.

 

Carrego no peito um grito sufocado,

Não por falta de voz, mas por excesso de cicatrizes,

Um desejo de ser mais do que o destino traçou,

De romper os grilhões invisíveis do passado,

Minha alma é estrada sem fim,

Feita de pedras, poeira e ecos de passos que não voltam.

 

Não peço que me entendam,

Pois o peso que carrego é feito de sombras e luz,

De noites insones e amanheceres dolorosos,

Mas que vejam além do sorriso,

O guerreiro que, mesmo ferido, não se rende,

Que faz do próprio silêncio um grito de resistência.

 

Minha história não é de vitórias fáceis,

Nem de amores eternos e destinos perfeitos,

Mas de lutas diárias, de escolhas que me rasgaram por dentro,

De cicatrizes que se transformaram em mapas,

Guiando-me por desertos internos,

Para que eu nunca esqueça quem sou.

 

E se um dia eu for só memória,

Que me lembrem como alguém que não desistiu,

Que fez do próprio coração,

Um campo de batalha onde a liberdade dançou com a dor,

E, mesmo sem certezas, escolheu ser livre.

 

Autor: Lédice Pedro Demba.

  • Autor: Lédice demba (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 5 de junho de 2025 19:56
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 4


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