Querida, ao escutar isso daí, não me julgues!

Heidlara Meireles

Querida, ao escutar isso daí, não me julgues!

 

Pensei em tantas coisas nesses meses

Você acredita que eu pensei mesmo?

Tantas horas acordadas, noites mal dormidas

Levantei diversas vezes, tantas voltas e idas

Que as paredes lá de casa, formaram esquinas

O chão criou um rastro, como se fosse um caminhão passando todos os dias no asfalto

Minha cama ficou com saudades e nem pude falar nada

 

Expectativas frustadas, lágrimas e sorrisos falsos

Tudo bem? Tudo bem? Tudo bem mesmo?

Não, não está, não estava e não vai ficar

Eu acreditei que era a coisa certa, mas agora eu entendo que não

Tantos nãos, não, eu não quero que me julgues

Naquele momento eu acreditei, eu, eu realmente estava convicta e radiante

 

Agora? Agora? Agora mesmo?

Estou aqui, dentro desse ônibus te contando

Não julgues, já estou lutando demais, todas as noites de domingo a domingo

Ninguém quase percebe, talvez seja pelo frio

Mas eu estou lutando, meus exames estão caros e apoio quase não tenho

Olha o não aí, constante em minha vida e  para completar acho que já tenho um nome

 

Constância, te apresento em voz alta, aqui dentro desse ônibus

Não, não sou fraca e nem nada, então querida Constância

Te espero aqui fora, daqui três meses, com frio ou sem frio

Do fundo do meu coração, com todos os não, assinado sua jovem velha mamãe.

Ass.: Heidlara Meireles

04/06/2025

 

  • Autor: Heidlara Meireles (Offline Offline)
  • Publicado: 4 de junho de 2025 22:55
  • Comentário do autor sobre o poema: Relato real de uma futura mamãe!!
  • Categoria: Carta
  • Visualizações: 2


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