A Facada

Sinto a pontada no meu peito, lado esquerdo, vital;

Sangue percorre meu corpo, o corte parece fatal.

Me viro, com tal de saber o que ocasionou tamanha ferida.

Meu semblante muda de horror para confusão:

uma conhecida - minha melhor amiga.

Motivo?

Não tem.

A amiga a quem confiei, me doei, ajudei, defendi, apoiei.  

A troco de quê?

TRAIÇÃO!

Com o peito dolorido, batimentos fracos, eu me afasto.  

E com a leveza de uma pena, eu me deito.

Em meio à confusão dos meus

pensamentos, eu prometo jamais ser a mesma.

Não me doar de corpo e alma a ninguém mais.  

Jurei que havia mudado:

Mais dura, mais fria, mais distante,

mais isso, mais aquilo.  

MENTIRA!

A máscara não durou muito.  

PÉSSIMA QUALIDADE.

Não me escondeu por muito tempo.

De certa forma, me senti aliviada.

Ela me sufocava, me calava, me escondia.

Escondia minha vontade de abraçar o mundo.

Abafava minhas palavras de amor.

Me sufocava com minha empatia.

Tentou me esconder.

Tentei me esconder.

Mas eu não fui feita pra ser abraçada ou amada.

Eu fui feita pra abraçar e amar.

Ser quem eu sou não me torna ingênua.

Você é quem é covarde por não entender o amor de verdade.

                             
Este poema é uma parte da minha história, escrito por Melissa Mena.