Condenada a Amar-te

Raye Sinclair

São Paulo, 02 de junho de 2025

Para meu amor secreto,

 

Tenho pensado — com inquieta frequência — em tuas faces rosadas.

E me pergunto: por quê?

 

Por que tua risada calorosa ainda ecoa mesmo no silêncio?

Por que tua voz gentil persiste em minha mente como um doce tormento?

Por que teu suave cheiro dança no ar que respiro?

Por que teu sorriso surge no instante em que fecho os olhos?

E por que teu olhar intenso me causa profundos arrepios?

 

Tenho imaginado — com covarde frequência — como seria tua quente companhia a me agraciar a cada dia,

e teu corpo macio a se entrelaçar ao meu a cada noite.

 

Sim, teu belo rosto habita meus pensamentos —

a cada abrir e fechar de olhos, a cada maldita batida deste meu coração condenado.

 

Sim, estou condenada a viver por ti, mas não contigo.

Condenada a amar-te em segredo.

Condenada a não tê-la.

Condenada a vê-la amar outra.

 

E agora, nesta noite fria, escrevo uma carta que jamais lerás,

enquanto minhas lágrimas rolam.

Pois tu jamais me amarás.

  • Autor: Raye S. (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 3 de junho de 2025 13:58
  • Comentário do autor sobre o poema: Escrevi essa carta em um daqueles momentos em que o amor parece maior do que o peito pode suportar. É sobre amar em silêncio, sobre o peso de sentir tudo sozinha. Não é um pedido de socorro, mas um desabafo — o tipo de texto que nasce quando palavras demais ficam guardadas por tempo demais.
  • Categoria: Carta
  • Visualizações: 4


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