Vestígios de um instante

Victor Costa



Hoje a mente me levou de volta,
ao dia em que tudo começou —
numa roda simples, entre amigos,
onde, sem saber, meu mundo girou.

Você, sentada, tão radiante,
com um semblante sereno e claro,
brilhava sem esforço algum,
e o tempo, ali, tornou-se raro.

Seu sorriso tímido, discreto,
seu olhar leve, feito canção,
tocaram fundo, sem aviso,
me tomaram o coração.

O jogo já não mais fazia sentido,
os risos tornaram-se confusos,
pois tudo em mim se fixava em você,
nos gestos seus, tão silenciosos e puros.

Mas a vida tem seus desvios,
e o tempo, suas duras lições.
Errei — não nego, nem fujo,
deixei cair o que havia em minhas mãos.

Se eu pudesse voltar, faria diferente —
não para reter o que se foi,
mas para honrar com mais verdade
a grandeza do que me tocou.

Você ficou em mim como marca,
como cicatriz que o tempo não apaga.
E mesmo que hoje só reste a saudade,
sou grato por tudo, mesmo com lágrimas.

Este poema não é um pedido,
nem esperança em forma de flor.
É apenas a verdade, nua e simples:
tudo aquilo foi real. Foi amor.

  • Autor: Victor Costa (Offline Offline)
  • Publicado: 2 de junho de 2025 03:16
  • Comentário do autor sobre o poema: Não sei explicar, mas essa melodia despertou algo em mim. Leiam ouvindo a música.
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 5


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