Entre o frio e o fogo

Freddie Seixas

 

Essa manhã vem com um vento sopra gelada sobre a pele, como o silêncio de um “te amo” que não veio.

Mas eu sinto, entre arrepios e nuvens dispersas que existe calor até no meio do receio.

O frio cala o mundo, mas grita por dentro, faz da ausência uma presença constante.

E mesmo com medo, me lanço no centro do teu abraço que aquece o instante.

Existe paixão nos olhos que hesitam,

nos lábios que tremem antes de sorrir.

É no toque inseguro que se habita

a coragem secreta de quem quer se abrigar da solidão.

Reciprocidade é fogueira em noite longa, é ver no outro a mesma a mesma chama, como fogo ardente em uma geleira, nada é capaz de apagar.

Mesmo com dúvidas, a alma prolonga o desejo de ser colo, de ser centelha.

O frio me ensinou a esperar devagar,

a ler entre linhas, a sentir com cuidado.

Mas o teu amor, mesmo sem alarde 

faz desse frio um calor disfarçado.

E eu, que temia o escuro, a queda, sorri com medo, mas deixei acontecer, porque quando o amor toca a alma assim, até o frio aprende a se aquecer.

 

Por Freddie Seixas, antes mesmo de ser Freddie Seixas kkk

  • Autor: Freddie Seixas (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 30 de maio de 2025 06:28
  • Comentário do autor sobre o poema: Poema de 2012.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 13
  • Usuários favoritos deste poema: Feiticeira
Comentários +

Comentários2

  • MAYK52

    Muito interessante poema.
    Gostei desta divagação pelo Baú das memórias.

    Abraço, amigo Freddie.

  • Feiticeira

    Perfeito. O outono e inverno o amante dos poetas mais quentes. S2.



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