Brado ao Breu

Evando Souza Argôlo Júnior

Será que há um pouco de alma?
Deveras frieza, impiedosa racionalidade.
Queima a brasa, o brado ecoa ao breu —
Noite sem fim.

Quente, o sangue ausenta o medo;
A face inerte, ombros caídos,
Pés cansados...
O terror da guerra.

Adrenalina e horror,
Fogo e emoção.

Disparos ao norte,
Como no velho oeste —
A lei é a morte,
Covardia, a peste.

A guerra é pessoal,
O conflito apenas um motivo;
Tirar da carcaça
Aquilo que faz sentir vivo.

Pela honra, a vida.
A violência: o que há de mais humano.
A nobreza esquecida,
Pela ferida pulsando.

Por quem morrer, senão por nós?
Por eles — que nem nos conhecem?

O tiro é dado pela voz
Daqueles que não têm sequer o ímpeto
Do fragor do combate.

Nem morrem, nem sentem medo.
Mas o sangue derramado, ah...
Esse é de quem se faz homem de honra.

Coisa que eles... nunca serão.



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