O PRÓPRIO

Cirilo

Pensamentos  no breu da noite 
Sozinho novamente,
Será que esse "pra sempre" é mesmo só eu?

Sem sono, sem sonho,
Não tenho ninguém pra magoar,
Talvez assim seja melhor.

Mas nunca estive sozinho,
Você apenas fez parecer.
Você, a culpa sempre foi você.

Eu? Eu nunca fiz nada,
Você sempre teve a liberdade,
Mas nunca teve a vontade de fazer,
De ser livre.

Dizem que a verdade é relativa —
Mas a sua sempre foi lei pra si.
Eu só deixei claro que a inveja mata
E que contra a inveja não adianta nada.

Mas você quis levar isso ao pé da letra
E levou como uma verdade sua.

Os poucos amigos que restaram 
Se apagaram como velas ao vento
Só de pensar no meu futuro,
Já fico pasmo.

Saudade do tempo que não volta mais.
Sua mente desconfiada
Fez minha solidão retornar.

Solidão ou solitude?
Não sei... Só sei que não volta.
E talvez nunca tenha vindo.

Só restou o espelho na parede,
refletindo quem sempre esteve ali:
o próprio.

  • Autor: Cirilo (Offline Offline)
  • Publicado: 28 de maio de 2025 00:40
  • Comentário do autor sobre o poema: Escrevo como quem fala com o espelho — sem mentira, sem alívio, só verdade. Minha poesia nasce do silêncio, da solidão e das cicatrizes que muitos fingem não ver. Em “O Próprio”, transformo o abandono em identidade e a dor em permanência. Não escrevo pra agradar, escrevo porque é o que restou. No fim, quando todo mundo vai embora, quem fica sou eu. O mesmo de sempre. O próprio.\\\\r\\\\n\\\\r\\\\n
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 9


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