Amanhã talvez nem chegue.
Ou chegue com sol, com dor,
com silêncio.
Não sei.
Ninguém sabe.
Luto por quê, afinal?
Por um sonho que muda de rosto?
Por um nome que escapa da boca?
Por um abraço que nunca vem igual?
Deus existe?
Ou é só o eco
do que a gente precisa ouvir
quando tudo parece desabar?
E o amor?
É ela? É outra?
É só uma ilusão bonita
pra vestir de sentido o vazio das horas?
Às vezes acordo e a cidade
parece me engolir aos poucos.
As contas, os pesos, os planos furados.
E sigo...
sem saber direito pra onde.
Mas há uma certeza.
A única que não se esconde:
um dia acaba.
Tudo.
O medo, a dúvida, o amor mal resolvido.
O corpo, a dor, o riso, a pressa.
E é aí que mora a beleza.
Saber que a vida
é essa dança estranha
entre o não saber e o já partir.
E mesmo assim...
a gente insiste em dançar.
Por Freddie Seixas
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Autor:
Freddie Seixas (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 25 de maio de 2025 12:00
- Comentário do autor sobre o poema: Sou feito de certezas que desmoronam e dúvidas que me sustentam.
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 15
- Usuários favoritos deste poema: MAYK52
Comentários1
Todos somos feitos de certezas incertas. Faz parte da natureza humana, e da nossa fragilidade.
Gostei bastante, amigo Freddie.
Abraço fraterno!
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