Minha ruína

O que são sentimentos,
se não a nossa ruína?

Sentir,
não sentir 
parece que estamos errados
de qualquer maneira.

Te olhar,
sentir.
Não te olhar,
sentir.
Você é, de qualquer maneira,
minha ruína,
meu penhasco,
meu precipício.

Se jogar,
ficar...
Seus olhos nos meus 
me sinto à beira
de me jogar
do maior penhasco já visto.
Mas ao mesmo tempo...
tenho medo.

Falar,
não falar 
você me deixa sem ar,
sem palavras,
não sei para onde olhar.

Meus pés,
à beira do precipício,
sentem o frio cortante do vento,
enquanto minha pele
arrepia
sob o peso
da sua ausência.

Desistir,
persistir 
a cada dia isso cresce.
Mas, no fim...
quem somos nós?

O que entendemos
sobre sentimentos?
O que sentir
em relação a isso?

Enfim,
estamos sozinhos,
mas temos uma escolha a fazer:
permanecer
ou
nos revelar?

No fim,
somos apenas ecos
de sentimentos
que nunca sabemos
se devemos
abraçar
ou
temer.