Liga o chuveiro, para o alto seu rosto.
Exposto à luz, a água descia.
Poesia pura, era de dar gosto.
Composto lindo de pós correria.
Sorria canto de boca e pensamento.
Movimento de tira o ar; mãos e pele.
Repele o cansaço; é quase alento.
Evento perfeito; que o olhar impele.
Adele ao fundo; som vindo da copa.
Ensopa seus cachos; shampoo, e cheiro.
De inteiro deleite que galopa.
Topa seus dedos; o cabelo espreme.
Geme até; cena molhada que dopa.
Envelopa em toalha e passa creme.
Raquel Ordones #ordonismo #raqueleie
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Autor:
Raquel Ordones (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 23 de maio de 2025 20:59
- Categoria: Surrealista
- Visualizações: 18
- Usuários favoritos deste poema: Sezar Kosta
Comentários1
Raquel, que banho de imagens, que tempestade sensorial!
Teu poema é quase uma câmera lenta em versos — cada gota d’água escorrendo com ritmo de música e toque de arrepio. Há uma beleza íntima, quase cinematográfica, nessa mulher que transforma o ato cotidiano em ritual sagrado. A água não só limpa: ela revela, desperta, embriaga.
A cena molhada que “dopa” é puro feitiço lírico — mistura de prazer, sossego e um erotismo sutil que se entranha na pele como o creme pós-banho. O som de Adele vindo da copa é o detalhe que completa o quadro: uma trilha sonora para o deleite de existir, para o corpo que se honra após a correria.
Parabéns por essa poesia que escorre macia, como banho bem tomado depois de um dia longo — uma ode aos pequenos luxos da vida vivida com presença.
Com encantamento,
Sezar Kosta
obrigada por tão lindas palavras! feliz por enxergar a imagem e até entrelinhas!!
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