(Des)leal

H. Kizau

Nos conhecemos por acaso, destino ou lamentação.
É mentira dizer que foi o acaso que nos juntou.
O vi, o cobicei, o desejei, o admirei, o seduzi.
Mesmo com a prata na mão eu queria degustar de ti.

 

A língua que proferiu as palavras da carne, sussurrando galanteios.
Era a mesma que ludibriava e mentia para si mesma.
Guardada a prata escondida no bolso, um falso som de “liberdade".
Teu desejo se juntou ao meu e em toques tornastes meu.

 

Um amante, um sedutor, um senhor.
Ensinamentos da luxúria, tardes passadas ao som de dois corpos.
A prata jogada fora pelo vício na falsa joia, brilhante e tão formosa.
Ensinamentos infiéis, noites passadas com a seiva que escorria.

 

Como o mel eras doce, como droga viciava, como veneno matava.
O corpo era o papel onde deixaste tua assinatura indelével.
Satisfeita a carne, aberto o peito estava vazio.
Almejava-se o som de uma nova prata, para preencher o deserto

  • Autor: H.Kizau (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 22 de maio de 2025 07:39
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 11


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