Antes, com você, eu me sentia segura —
como nunca havia me sentido com ninguém.
Era como ser criança de novo:
tudo parecia confiável.
Nossa casa, um refúgio inviolável.
Nossos pais, heróis indestrutíveis.
Nossa cama, um paraíso onde o mundo não podia tocar.
O perigo? Só existia lá fora.
Você era o meu lar.
Mas então as paredes começaram a rachar.
Buracos surgiram, pequenos, quase invisíveis.
E quando percebi,
eu já caminhava sozinha —
como uma mulher em uma estrada deserta,
sempre alerta, com medo do próximo passo.
O que antes era abrigo virou armadilha.
Me perdi em um amor raso
e acabei me afogando.
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Autor:
Esterlar (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 21 de maio de 2025 06:13
- Categoria: Carta
- Visualizações: 15
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