Realidade e relevância dos fatos

Anna Gonçalves

Hoje é mais fácil engolir a verdade crua,  

o fato mastigado, sem sal nem desculpa.  

O sonho dele era ter o que não se tinha,  

o inalcançável, doce miragem que a mão esvazia.  

 

Suas palavras eram mel, mas sem colmeia,  

promessas que suas falas e escritas escreveu e apagou.  

Não era amor, era reflexo,  

ego e sexo faminto no brilho alheio,  

que não sabe guardar, só sabe desejar.  

 

Era carência que aperta, corda que não solta,  

Um jogo antigo de "quero e não posso ter",  

medo de segurar e ver o pó escorrer.  

Idealizou tanto a fantasia,  

que quando a vida entregou,  

não reconheceu o peso da realidade.  

 

Agora a vida chama a se refazer como novas estrelas

Que ainda tem os mesmo ciclos, mesma quedas,  

Que ainda repete algumas dança no mesmo chão de vidro.  

Os fatos estão aí, óbvios e maduros 

mas quem aprendeu a morder sua própria carne?  

              [Eu!]

Porém, aprendeu a se buscar sem medo de se fazer,

a pertencer antes de pedir licença.

Mas cuidado... Quem procura demais a si

afunda no seu proprio espelho,

e o tempo escorre fixo como a morte de Narciso.

 

 

  • Autor: Anna Gonçalves (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 20 de maio de 2025 23:44
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 5


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