Hoje é mais fácil engolir a verdade crua,
o fato mastigado, sem sal nem desculpa.
O sonho dele era ter o que não se tinha,
o inalcançável, doce miragem que a mão esvazia.
Suas palavras eram mel, mas sem colmeia,
promessas que suas falas e escritas escreveu e apagou.
Não era amor, era reflexo,
ego e sexo faminto no brilho alheio,
que não sabe guardar, só sabe desejar.
Era carência que aperta, corda que não solta,
Um jogo antigo de "quero e não posso ter",
medo de segurar e ver o pó escorrer.
Idealizou tanto a fantasia,
que quando a vida entregou,
não reconheceu o peso da realidade.
Agora a vida chama a se refazer como novas estrelas
Que ainda tem os mesmo ciclos, mesma quedas,
Que ainda repete algumas dança no mesmo chão de vidro.
Os fatos estão aí, óbvios e maduros
mas quem aprendeu a morder sua própria carne?
[Eu!]
Porém, aprendeu a se buscar sem medo de se fazer,
a pertencer antes de pedir licença.
Mas cuidado... Quem procura demais a si
afunda no seu proprio espelho,
e o tempo escorre fixo como a morte de Narciso.
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Autor:
Anna Gonçalves (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 20 de maio de 2025 23:44
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 5
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