Eu sinto demais
ou é o mundo que sente de menos?
Mas eu sinto tudo,
num fluxo incontrolável,
em um rio de nervos,
sangro em segredo.
Por fora, a força é uma muralha,
por dentro, o vento despedaça
um olhar atravessa,
um silêncio pesa,
o viração do nada
vira tempestade.
Tem quem sinta pouco,
quem escolha a dor que cabe na mão.
E talvez ninguém erre no jeito de sentir
ser intenso é só um modo de existir,
como se ser frio também.
O problema não é o quanto se sente,
mas o quanto se mostra,
há quem engula o choro
como quem bebe vidro.
Há quem exploda
por nunca ter aprendido a controlar o fogo.
E há quem, como eu,
desmorone em silêncio,
sem saber que já é ruína.
Sou essa gente...
A que sente, mas que não chora tanto,
a que se dissolve e nem vê que desmorona.
-
Autor:
Anna Gonçalves (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 18 de maio de 2025 23:53
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 8
- Usuários favoritos deste poema: werner
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.