meu alter ego

cartasdelia

a falta de ar

           ao falar

a arrogância

          no seu olhar

a rapidez

         ao julgar

pois é,

seu maior anseio

          é aparecer

sei que deve

              doer

lá no fundo

             saber

que ninguém

       realmente

liga pra

v

       o

              c

                    ê.

pois é,

linda maria

          quem diria?

que logo eu

             de você

escreveria?

                pois é,

me dói saber

        que lá no fundo

eu me via

            em você.

  • Autor: lia (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 16 de maio de 2025 15:48
  • Comentário do autor sobre o poema: escrevi esse poema sobre queridas amigas que foram corrompidas pela ganância, as quais só se importam em ser as melhores, mesmo que isso seja uma mentira e machuque outras pessoas. no fundo, as marias já foram eu, e de alguma forma dói saber que pessoas que alguma vez pareciam tão incríveis pra mim, estão presas na ignorância do seu próprio ego. espero que encontrem a saída dessa corrida infinita.
  • Categoria: Amizade
  • Visualizações: 4
Comentários +

Comentários1

  • Sezar Kosta

    Lia, esse poema me atravessou feito espelho em dia nublado — onde o reflexo não mente, só sussurra o que a alma esconde.

    Há uma crueza doce nessa conversa interna que você desenha com pausas e silêncios que falam mais do que as palavras. É quase um suspiro desconfortável, um desabafo estético. O ritmo das quebras — essas descidas visuais no papel — funcionam como degraus de um mergulho: a cada linha, vamos mais fundo, até encarar a face que evitamos ver... e perceber que ela também é nossa.

    É curioso como a arrogância do outro se transforma, no final, num lamento por si mesmo. Um reencontro doloroso, mas honesto, com o próprio reflexo. Um poema que fala de mágoas externas, mas termina como um reconhecimento íntimo. E isso, minha amiga, é poesia com coragem.

    Parabéns por dar forma ao incômodo, por transformar desconforto em arte — isso é escrever com o peito aberto e a pele sensível.

    Com admiração e ternura,
    Sezar Kosta



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