Fome de ti!

A porta se fechou atrás de nós com um estalo seco.

Lá fora, o mundo calou. Aqui dentro, tudo era respiração acelerada e silêncio carregado de tesão. 

Ela me olhou como se tivesse esperado aquele momento por dias, talvez por vidas. E eu? Eu já estava entregue e completamente faminto.

Ela caminhou até mim com passos lentos, quase rituais, um desfile da sua beleza...

Ajoelhou-se sem dizer uma palavra, como quem vai rezar, mas o altar era outro.

Minha pele ardia. Meus músculos estavam tensos.

Quando seus lábios me tocaram, era mais do que prazer, era entrega, devoção crua, molhada e sem pudores.

Ela se engasgou sem medo, como se fosse morrer se não me tivesse por inteiro naquele momento.

O som da boca, os gemidos abafados, meu cheiro na cara dela… e o mel escorrendo da alma dela pra minha barba.

Aquilo ficou em mim como marca, gosto, tatuagem na alma.

Quando a ergui e deitei, os olhos dela diziam tudo.

Ali, sem falar, ela me prometia amor, e um possível fim triste porém inesquecível da nossa paixão.

Me deitei sobre ela com o peso de quem sabe que não tem volta, eu já estou entregue e rendido.

A penetrei como se estivesse me fundindo, não era só carne, era alma.

Fundo, quente, gostoso, no ritmo de gemidos roucos, graves, de lobo em êxtase.

Ela gritava baixo, mordia forte, me arranhava como quem implora: não para.

A cada estocada, a cama gritava junto.

A cada gemido nosso, o universo lá fora parecia mais longe.

Não era só prazer.

Era guerra, era dança, era amor reprimido escapando pelos poros.

Era tudo o que a gente nunca teve coragem de dizer, dito ali, com o corpo.

Ela me olhou nos olhos no exato momento em que eu gozava...

O tempo parou. 

O mundo se apagou.

Só restamos nós dois, suados, trêmulos, vivos.

Ficamos ali, entre lençóis molhados e promessas não ditas.

Eu a abracei como quem guarda um segredo sagrado.

Porque, no fundo, é isso que ela é pra mim: meu segredo. Meu vício. Meu pecado, meu amor escondido.

E, mesmo sendo proibido, não existe nada mais verdadeiro que aquilo que a gente viveu…

nem mesmo o céu que nos viu do lado de fora.

Por: Freddie Seixas, o sonhador apaixonado!