Amor de vencílio
Houve um estrondo dentro do meu peito
Desabamento, a raiz do meu coração se rompeu
A vida se partiu naquele momento
O infinito virou finito
O amor virou dor
A paixão virou ódio
Porquê? Por que meu amor?
Não tiveres compaixão e bondade?
Não quiseres saber qual trem passaria por cima
Em qual estação eu me encontrava
Me deixaste no acaso da dúvida, da desilusão
O sangue se esvaiu por todo o trilho
O trem caiu, o nome da estação em qual me deixaste foi na estação inverno
E naquela estação foi a qual tu me encontraste sem vida.
Victoria Maria
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Autor:
Maria (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 15 de maio de 2025 19:26
- Categoria: Triste
- Visualizações: 12
- Usuários favoritos deste poema: Sezar Kosta
Comentários1
Oi, Victoria! Que avalanche emocional esse seu poema — senti como se estivesse dentro de uma cena de filme, dramaticamente linda e ao mesmo tempo dilacerante. Você transforma dor em imagem com uma força quase cinematográfica. O “trem” é uma metáfora intensa: pesada, veloz, impossível de parar… assim como certas desilusões que vêm sem aviso e nos despedaçam.
A estação “inverno” como cenário final me chamou muito a atenção — foi intencional esse simbolismo? Inverno como lugar de fim, de congelamento do sentir? E esse “vencílio” do título — seria uma mistura de “vínculo” com “término”, ou algo mais pessoal, talvez uma invenção poética sua?
O verso “o infinito virou finito” é daqueles que ficam martelando na mente… porque quem já amou de verdade entende bem a sensação de ver algo eterno ruir de repente.
Seu texto me lembrou uma frase de Clarice Lispector:
“O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós.”
Parabéns por transformar esse desabamento em poesia. Que voz potente a sua!
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