O gato do vizinho da casa grande, bonita,
Pintada multicolorida
Tem pelo brilhante que nem o lustre
Que pende do teto da sala de jantar
Quando está aceso em noites de festa
Onde há livros, televisão mil polegadas
Lentamente, ao longo dos anos
Foi ganhado peso, gordura nas laterais do corpo
Mastigando diariamente a ração internacional
Foi se tornado lento, pesado como um elefante
Diante de algumas situações
Um rato passando, um pássaro ciscando
Não se manifesta, não usa os instintos naturais
Fica quieto, sereno quase um incapaz
Do outro lado, subindo a rua, no sopé do morro
Fica a casa sem tranquilidade
O gato daqui tem pelo opaco
Que não cintila ao sol
Os pelos caem com facilidade por falta de vítimas
Os ossos da costela ficam em desenho claro
Para matar a fome persegue as baratas,
Os grilos, os pássaros do alvorecer até à noite
Quando dorme profundamente por falta de energia.
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Autor:
Ivam Melo (
Offline)
- Publicado: 15 de maio de 2025 09:47
- Comentário do autor sobre o poema: O poema tem apenas o objetivo em falar sobre as desigualdades na distribuição dos serviços públicos. E as diferenças que surgem no contexto social, por causa disso.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 5
Comentários1
Vivemos em um mundo desigual mesmo, no vizinho ao lado, nas redes sociais, dentro da própria família, na roda de amigos e tudo isso se desfaz quando a vida ser finda. O seu poema retrata um detalhe importante sobre a desigualdade. Mas com certeza o gato bem cuidado perde seu instinto natural é mais medroso tem mais receios. Parabéns poeta pelo tema abordado. Bom dia.
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