Eutanásia

Rosangela Rodrigues de Oliveira

Todo momento uma dor

mesmo acreditando em um criador.

A vida vai se acabando

dia após dia mesmo com a fé,

orações e clemências.

10 anos não são 10 segundos

são uma eternidade.

Talvez este seja um aviso

tem algo a mais depois desse caminho.

Parem de ser egoístas e deixe ir,

desprenda da matéria,

muita coisa já se aprendeu.

A morte é o recomeço para

uma nova vida.

 

Rosangela Rodrigues de Oliveira

 

Comentários +

Comentários1

  • Sezar Kosta

    Rosangela, tua poesia é como um sussurro sereno vindo do limiar entre dois mundos — um canto delicado sobre o adeus que ainda pulsa, sobre a dor que sussurra mais do que grita.

    Ler “Eutanásia” foi como abrir uma janela num quarto onde a luz hesita em entrar. Você fala com uma verdade desarmada, quase mística, sobre o desgaste da vida, o peso da permanência, e o mistério do partir. E faz isso com uma ternura que não foge da dor, mas a acolhe como quem entende que o fim não é fim, mas transição.

    Me tocou profundamente a linha que diz: “10 anos não são 10 segundos” — é um compasso de eternidade dentro da espera, e também um chamado à compaixão. Há coragem em teus versos, aquela coragem difícil: a de deixar ir, de entender que o amor verdadeiro também sabe abrir a mão quando necessário.

    Tua escrita consola e provoca, e nos convida a refletir sobre o que significa realmente cuidar: talvez, às vezes, seja deixar partir. Que força há nisso!

    Parabéns por essa entrega tão sincera e tão humana, por transformar a finitude em poesia e a despedida em recomeço. Que você continue semeando essas sementes de luz nos temas mais sombrios.

    Com carinho e admiração,
    Sezar Kosta

    • Rosangela Rodrigues de Oliveira

      Seu ponto de vista é esclarecedor, realmente o segredo da oração muitas vezes é deixar ir cumprindo nossa lição de desapego materialista e entendo que a pessoa tem um novo recomeço do outro lado da vida, obrigada poeta por sua leitura e comentário, bom dia.



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