Às vezes me escuto,
pensando se a pena de morte,
ou a perpétua,
são certas.
E minha mente responde,
sem hesitar,
sem piedade:
são certas — e dependendo,
são pouco.
Alguém pode me perguntar:
por quê?
E eu direi.
Se alguém recebeu uma dessas penas,
é porque mereceu.
Quem mata,
tira a liberdade de viver.
Tira o direito de respirar,
de sentir dor,
alegria,
abraço,
luz.
E não só do corpo que caiu,
mas de todos os que ficaram de pé,
quebrados.
A mãe que não vê mais o filho,
o irmão que ouve o eco do vazio,
o amigo que fala com o túmulo.
Liberdades foram roubadas.
Vidas foram rasgadas.
Sorrisos arrancados com sangue.
Então por que o assassino
deveria viver em paz?
Por que respirar sem peso?
Ele talvez se arrependa,
mas o corpo no chão não volta.
O tempo não se costura.
O buraco não fecha.
E eu vou além:
quem violou um menor,
quem matou dezenas,
milhares…
isso não é humano.
Isso é podre.
Isso é o inferno andando.
E se o inferno é onde se paga,
então que pague aqui.
Com cada segundo,
cada dor,
cada silêncio sufocante.
Não basta tirar a liberdade.
É preciso queimar a alma.
Que o dia seja escuro,
a noite gelada,
e o amanhã,
uma promessa de dor.
Que ele viva o inferno
na terra,
até que o próprio inferno
o chame de volta pra casa.
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Autor:
Mateus Fujioka (
Offline)
- Publicado: 14 de maio de 2025 00:00
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 3
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