Presente do Adeus

Admito, tem dias em que pesa,
a mágoa aperta e o peito não reza.
O amor parece uma lenda distante,
um eco vazio, um passo hesitante.

Digo pra mim: "Mantenha o coração aberto",
mesmo quando tudo parece deserto.
Mesmo quando a dor insiste em dizer
que eu errei ao acreditar em você.

Mas cada adeus deixa algo no chão,
não só cacos, mas também direção.
Ensina que o amor, mesmo em dor,
tem o dom de nos tornar melhor.

Talvez, um dia, alguém venha enfim,
com o toque certo, começo sem fim.
Alguém que veja além do que fui,
e queira, de verdade, ficar aqui.

Então, por mais que hoje doa e sangra,
o coração aprende, limpa e se arranja.
Porque o amor — o de verdade, o inteiro —
merece um peito limpo, livre e verdadeiro.