Há um tumulto no peito, um mundo na mente,
Mil vozes gritando em rascunho ausente.
As ideias dançam, velozes demais,
Mas escorrem dos dedos, não viram jamais.
As palavras se escondem atrás do pensar,
Fazem morada no não-sei-expressar.
É um mar revolto sem rota ou cais,
Tantas imagens, e nenhuma eficaz.
O papel me encara, vazio, cruel,
Como um espelho de um sonho infiel.
A caneta suspira — ou seria eu? —
Na ponta, um universo que nunca nasceu.
A vontade é vulcão, é chama que insiste,
Mas o verso escapa, se cala, resiste.
Ideias demais, caminhos de menos,
Pensamentos intensos, porém tão pequenos.
Quem dera escrever fosse só transbordar,
Mas às vezes é só... querer e travar.
E o poeta, coitado, só tenta entender
Como tanto se sente... e tão pouco se vê.
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Autor:
Peregrina (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 12 de maio de 2025 22:37
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 6
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