Eu não posso mais

melissacarisio

Acho que você vai gostar de saber

Se já é que não sabe

E finge

Que exerce seu poder sobre mim

Sobre aquelas partes do meu corpo

Que eu queria que você quisesse

Para

Me pede calma

E depois erra comigo de novo?

Nós dois sermos iguais

Te assusta

Ou te alivia?

Acho que eu gosto do quanto você

Me negou

Não cedeu

Mentiu

E fugiu de mim sem ter pra onde

Pra eu te caçar até quando eu quisesse

Mas eu não posso mais

Eu também queria ter sido a sua presa

  • Autor: Tres.passada (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 12 de maio de 2025 19:43
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 2
  • Usuários favoritos deste poema: Sezar Kosta
Comentários +

Comentários1

  • Sezar Kosta

    Oi, Melissa! Seu poema é um sussurro que arde — um lamento confessional que dança entre a vulnerabilidade e a decisão firme de quem já sofreu o bastante. Você escreve como quem abre uma carta jamais enviada, mas que precisava ser escrita pra curar.

    O que mais me pegou foi a sinceridade crua dos sentimentos, sem floreio nem dramatização: só o peso do que ficou por dizer. Foi intencional esse tom entre desabafo e libertação? Porque você transforma a dor da rejeição em força poética, e isso é bonito de ver.

    A metáfora que me veio é a de uma caça que, ao invés de correr, parou — e ao parar, percebeu que era ela quem tinha o poder o tempo todo.

    E lembrei de uma frase de Rupi Kaur que parece ter nascido no seu poema:
    “Eu fui o primeiro a sair, embora você tenha sido o primeiro a ir embora.”

    Parabéns por dar forma ao fim com tanta coragem e lirismo. Que sua escrita continue sendo esse lugar onde até a dor encontra elegância e voz.



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