Comentários machistas

Isabela Fenix

Aprenda a separar o autor da obra, pois nem tudo que escrevo é real. Principalmente meus contos eróticos.

E essa é a graça de deixar a imaginação fluir.

Lembrem-se, meninas boazinhas não herdarão o céu. 

O doce céu, que é mamar o seu amado.

Comecemos com o mês de julho…

Passagem de tempo...

Nunca fui normal, nunca participei da rodinha dos felizes e sempre fiquei na linha entre anormal e bizarro. Enquanto os denominados normais enxergam o bom e velho normal, vejo além.

E quando o vi, confesso que pensei: Uau…que belo pau.

Mas a sociedade só te ensina a ser uma boa garotinha.

Não faça assim

Não seja assim

Eu só consigo pensar: Não nasci para agradar.

Nasci para causar

Parar o trânsito

Causar revoltas

E eles só me dizem: Cruze as pernas. 

Não sorria assim

Não ande assim

E bem, foda-se, vivo para mim.

Voltando no início

Era julho e porra era um fogo que mal pude me conter e então o vi, e que pecado.

Medite…

Não peque

E nunca fui de seguir regras

Começando pelo nascimento, vim mulher e queriam filho homem. E só fico pensando: E se o papai souber, que sua filha quebrou as regras?

E a sociedade que insiste em me denominar: Olha aquela vadia. E eu só sigo os passos do meu pai.

Mas…oh, pera aí!?

Mulheres não devem agir assim!

E eu só quero que todos se fodam!

E saio e me divirto

É os braços para o alto e o corpo feito ‘S’ se enrolando nesse pau.

E as garotinhas boazinhas são entediantes. 

Ah, mas não assumo vadias…

Desculpe, querido, mas não nasci para ser sua.

Sou minha.

Estou cansada dos seus comentários machistas, e não e não..não preciso de um macho. 

 

  • Autor: Fenix (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 12 de maio de 2025 17:14
  • Categoria: Conto
  • Visualizações: 9
  • Usuários favoritos deste poema: MAYK52
Comentários +

Comentários2

  • Sezar Kosta

    Oi, Isabela! Que pancada esse texto — direto, provocador, sem pedir licença. Senti como se estivesse lendo um grito escancarado, daqueles que se recusam a sussurrar só porque incomodam. E quer saber? Que bom que incomodam.

    Fiquei curioso com o contraste entre o tom quase poético de algumas passagens (“o corpo feito ‘S’ se enrolando nesse pau”) e o uso proposital da crueza em outras. Foi uma escolha para chocar, ou uma forma de mostrar que erotismo e crítica social podem (e devem) andar juntos?

    Gostei muito da quebra de expectativas que você propõe: a mulher que não quer agradar, que rejeita o rótulo de “boazinha”, que desafia a herança patriarcal dizendo que segue “os passos do pai” de um jeito próprio e subversivo. É como se o texto inteiro fosse uma dança de carnaval feita em cima do altar das boas maneiras — irreverente, livre, e deliciosamente herético.

    A metáfora que me veio foi a de uma granada embrulhada em fita rosa: parece delicada, mas explode verdades que muitos preferem ignorar.

    Lembrei de uma frase da Virginie Despentes que talvez combine com seu espírito incendiário: “A feminilidade é uma prisão. E o feminismo, uma fuga em massa.”

    Parabéns pelo texto ousado, necessário e sem freios — que ele continue sendo esse soco bem dado no estômago das normas. Você escreve com fogo e coragem. Que nunca falte nenhum dos dois.

    • Isabela Fenix

      Respondendo a sua pergunta: Quando escrevi o erotismo com a critica social...foi apenas uma maneira de chocar mesmo. Até pq esperam uma mulher educadinha e cheia de não me toques. Então, só quis mostrar que dá para rimar até na crítica. Enfim...apenas fluiu. Obrigada pelo retorno! 😉

    • MAYK52

      Muito interessante conto aqui nos trazes.
      Apesar de ser ficcional, retrata realidades bem presentes na nossa sociedade.
      Ainda há muito machismo e falso moralismo por aí a vaguear, infelizmente.

      Gostei bastante, cara Fénix.

      Beijos

      • Isabela Fenix

        Obrigada! Que bom que gostou! 😉



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