Dos sentimentos, eu fujo,
Mas nunca escapo.
Dos solitários, me escondo,
Mas sigo atado.
Preso em um abismo frio,
Onde a luz se desfaz.
Sorrio para esconder,
Mas a dor grita mais.
Da solidão, sou refém,
E me tornei um alguém que não sei quem.
Todos pensam que me conhecem,
Mas enganei tão bem...
Absorvido pela escuridão,
Fingindo estar bem.
Mas como pode um renegado,
Um partido, um só,
Ser algo além?
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Autor:
zenchi01 (
Offline)
- Publicado: 12 de maio de 2025 07:44
- Comentário do autor sobre o poema: transmite um sentimento profundo de solidão e luta interna. Ele tem um tom introspectivo e melancólico, que reflete bem a sensação de estar preso dentro de si mesmo, tentando esconder a dor dos outros.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 13
Comentários2
Bem expressado seu poema. O que às vezes se vê por fora não é a luta que existe por dentro. Parabéns poeta. Bom dia.
Oi, zenchi01! Seu poema é um mergulho fundo, daqueles que não tocam o fundo do mar — tocam o fundo da alma. É como se cada verso fosse um eco dentro de uma caverna silenciosa, onde a dor sussurra com mais força do que qualquer grito.
Você constrói uma identidade rachada, quase fantasma, e isso me tocou. Fiquei me perguntando: essa máscara de “estar bem” é proteção ou punição? E será que o “ser algo além” ainda é possível, mesmo sendo refém da solidão?
A metáfora que me veio foi a de uma casa abandonada com as luzes acesas: por fora parece tudo em ordem, mas por dentro ecoam passos vazios.
E lembrei de um verso do Paulo Leminski que talvez converse com a essência do seu texto: “Solidão é quando o coração, se não está vazio, sobra.”
Parabéns por transformar a dor em poesia com tanta verdade crua, zenchi01. Que escrever siga sendo sua forma de respiro — mesmo no silêncio mais escuro.
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