Na Taverna

Nelson Dias Neto



Na mesa de madeira mais moderna,
Um bardo vomitou a bebedeira.
Seus golfos respingaram na lareira,
Molharam do carrasco a grossa perna.

A raiva sanguinária, que governa
O sóbrio que detesta brincadeira,
Da morte é devotada companheira,
Porém não delegou fatal baderna,
 
Pois antes do vexame fulminante,
O tolo, com seu timbre alcoolizado,
Surrando um alaúde dissonante,
 
Cantou sobre um algoz apaixonado,
Tristonho pela amada estar distante.
Foi isso o que salvou o desgraçado.
  • Autor: Nelson Dias Neto (Offline Offline)
  • Publicado: 11 de maio de 2025 18:46
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 3


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