Um Tempo em Tantas Vidas

A distorção é minha habilidade, e a realidade não passa de uma base
Resetar a cada jornada, por mais efêmero que o desejo possa chegar
Não aceito acabar, o ciclo vai reiniciar e de novo tudo pode mudar
Tantas vidas, versões paralelas e surpresas, provocando esse limite 
Tudo não passa de um dia, horas de beleza visual, vazios na verdade
Memórias que insisto em fabricar, contextualizar, e de novo apagar.

Evito desmoronar, no tempo a passar, mas rachaduras na visão voltam à tona
Eu criei a cura como uma desculpa para voltar a rachar, então sair do coma
Agora só preciso cuidar do mundo que eu mesmo criei, vou além da fissura 
A cada nova memória criada os sentidos se misturam, não mais dilatam  
Adiante posso deixar minhas criações me guiarem, além das que ditam
Pensamentos viscerais, dependência não mais se faz, pois me libertam.