"A arte de viver a dois"

Viver a dois é uma delicada arte,

não para qualquer um,

mas para aqueles dispostos a ceder, a ouvir,

a trocar certezas por compreensão.

É abrir espaço no coração

para ideias que não são as suas,

renunciar à própria vontade,

às vezes,

para acolher o que o outro precisa.

É abraçar as imperfeições

sem deixar que elas apaguem o brilho

do encanto que um dia uniu.

Viver a dois é sonhar junto,

é remar no mesmo ritmo,

é sorrir com a vitória do outro

e silenciar em solidariedade diante da dor.

É agradecer pelos gestos miúdos,

pelos detalhes que dizem:

“mesmo com o mundo correndo,

eu ainda escolho você”.

É permanecer,

é renovar a escolha,

é lembrar todos os dias

por que vale a pena.

É aprender a perdoar,

porque também tropeçamos,

também esperamos compaixão.

Viver a dois é acolher nos dias nublados,

quando o medo pesa,

quando a ansiedade aperta,

quando a tristeza visita.

É saber que não é preciso vestir força o tempo todo

nem fingir sorrisos para agradar.

É doar-se com leveza,

e amar…

com inteireza.