As pedrinhas
Se acumulam dentro de mim
Dentro desse tecido
Que é meu corpo
Buscam lugares para
Se alojarem, chamarem
De seus
Deixando de se tornarem
Peças individuais
Para se tornarem
Colônias
Cada pedrinha tem
O nome de algo
Que eu rejeito profundamente
Um sonho que não é meu
Alguns coisa para a qual
Não disse não
Lembranças de uma vida
Que nunca quis
E o baforar de opiniões
Indesejadas e abomináveis
As pedrinhas e o seu peso
Se acumulam em minhas pernas
Meus braços, meu corpo
E por isso
Andar se torna mais pesado
Assim como respirar
Comer, andar
E até mesmo
Clamar por ajuda
E por aquilo que almejo
Desejo e cortejo
No fim das contas
Viver se torna
Mais pesado
A ponto de deitar na terra
Afundar dentro dela
Junto com o espaço
Antes vaziodentro de mim
Que eu podia chamar
De meu
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