Quando eu morrer não chores mais por mim
Do que hás de ouvir triste sino a dobrar
Dizendo ao mundo que eu fugi enfim
Do mundo vil pra com os vermes morar.
E nem relembres, se estes versos leres,
A mão que os escreveu, pois te amo tanto
Que prefiro ver de mim te esqueceres
Do que o lembrar-me te levar ao pranto.
Se leres estas linhas, eu proclamo,
Quando eu, talvez, ao pó tenha voltado,
Nem tentes relembrar como me chamo:
Que fique o amor, como a vida, acabado.
Para que o sábio, olhando a tua dor,
Do amor não ria, depois que eu me for.
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Autor:
Lianadesa (
Offline)
- Publicado: 5 de maio de 2025 05:45
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 45
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia...
Comentários2
Belo poema. Gesto heróico para um desenlace corajoso e quase homérico!
Quando eu morrer não chores mais por mim
Do que oferecer muitas missas em sufrágio,
E na velação do corpo inanimado e frio,
Apenas De profundis cantado bem baixinho.
Na procissão da minha habitação até o caixão,
Rolem lágrimas de boa recordação.
Cantem salmos em uma sacra entoação,
Como de um coro em Eterna Habitação.
Recordai vós, caros amigos, os meus feitos;
Juntos dos amigos do Corpo, no Céu,
As ações todas desvelamos.
Mas amamos, pois sozinho não realizei tanto.
Agora a todos, realmente juntos, anuncio isto:
Quando eu morrer, quero morrer sorrindo.
28 jun. 2025 Jacó
https://www.youtube.com/watch?v=XxepL6rzvW4&list=RDTR_o1RpDqEk&index=6
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