Arrancar

Carrietta

Pegue de mim a espada —

Tão fria a lâmina retirada da bainha —

Sem me perceber —

Meu ser — Meu próprio eu —

Veio a arrancar —

Sangue de si — sangue de mim

A espada antes fria — Se aquece com sangue — o meu sangue —

A espada antes minha — Agora apenas minha se serás contada em histórias antigas —

A Lâmina não hesita — Apenas a outra — Que clama por liberdade mas jaz em medo — 

Pois do arrancar do meu ser — Ele se retirou sozinho — Cortando sua saída —

Um doppelgänger da alma — Que se torna Só — Em vil a espada — Meu corpo no chão — em vista — Ela, ensanguentada. — Agora Vazia

 

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Comentários2

  • MAYK52

    Na tristeza que envolve as palavras, construíste um belo poema!
    Gostei bastante, amiga Carrietta.

    Beijos e abraços.

  • Melancolia...

    Intenso e visceral. A metáfora da espada como extensão do próprio ser, ferindo e libertando ao mesmo tempo, cria uma imagem poderosa de conflito interno. A luta contra si mesmo, esse "doppelgänger da alma", soa como uma batalha silenciosa que muitos enfrentam. O final, com a espada ensanguentada e vazia, deixa uma sensação de exaustão e catarse. Um poema denso, que faz a gente refletir sobre identidade, dor e transformação. Bravo!



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