Carta.

AINDA INCRÉDULO DO QUE ME RESTOU NESSE CHÃO COBERTO DE FRAGMENTOS DE SEGREDOS MISTURADOS COM ESTILHAÇOS DE POUCAS OU TALVEZ NEM TÃO POUCAS LEMBRANÇAS, QUE CHEGAM A SER SUSSURRADAS NO PIOR LUGAR QUE ALGUÉM PODERIA ESTAR, ESSA HORA É TÃO TEMIDA POR ESSE TOLO QUE VEZ OU OUTRA PENSOU SER FORTE.

NESSE MOMENTO EM QUE NEM OUSO FECHAR MEUS OLHOS, POIS EU JÁ OUVI A SUA VOZ NA CABEÇA, E ISSO É PERTURBADOR.

TUDO ESTÁ ONDE PAROU, E NÃO HÁ SAÍDA PARA ALGUÉM QUE NÃO SABE ONDE ESTÁ, ALGUÉM TOLO QUE NÃO RECONHECE SEU REFLEXO NO ESPELHO.

POUCAS DAS NEM TÃO POUCAS LEMBRANÇAS BOAS QUE NÃO ESTÃO MAIS PERTO, NEM NA ENTONAÇÃO DA VOZ QUE TENTO REPLICAR NO PIOR LUGAR DO MUNDO, NA BUSCA IGNORANTE DE UMA CONVERSA ENTRE MIM E VOCÊ NESSE LUGAR ESCURO.

AQUI NÃO TEM PLATEIA PARA CONTEMPLAR PROVAS DE AMOR, ESSE LUGAR NÃO TEM NINGUÉM, E O SILÊNCIO É ENSURDECEDOR QUE ATÉ O GRITO DA MINHA ALMA QUER SAIR DO MEU CORPO RASGANDO A MINHA CARNE.

EU MASTIGO AS MADRUGADAS PARA NÃO SOBRAR ESPAÇO PARA AS LEMBRANÇAS DE VOCÊ, E TEM SIDO INDIGESTO.

UM DIA DESSES FIQUEI MAIS TRISTE DO QUE JÁ ESTOU, POIS, LEMBREI DE UMA TEORIA QUE CRIEI NA MINHA LOUCURA QUE É “NINGUÉM SE IMPORTA, ATÉ VOCÊ SE IMPORTAR”. POIS, EM UMA DAS NEM TÃO POUCAS LEMBRANÇAS QUE TENHO, É QUE.

HÁ MUITO TEMPO, QUANDO NÃO TINHA NINGUÉM POR PERTO, EU ESTAVA LÁ, NINGUÉM ANDAVA NA CALÇADA DA SUA RUA. TODOS EVITAVAM CAMINHAR POR ALI. EU QUIS ANDAR NA SUA ESTRADA E VER O MESMO SOL QUE VOCÊ.

         ALONE.